Quarta Feira de Cinzas

Ó tanto riso. Ó quanta alegria. Mais de mil palhaços no salão.

O Arlequim está chorando pelo amor da Colombina, no meio da multidão.

Senhoras e senhores, o carnaval acabou.

E não estou falando da Tatuapé ou da Portela. Estou falando de toda bagunça e movimentação que Elis Nair, a agente do caos, fazia no BBB17.

Numa edição tão bailinho de matinê, era Elis quem promovia um carnaval dentro da casa, com suas conversas ao pé do ouvido.

Estamos falando da Jamelão do BBB17.

Elis era a puxadora do samba, movimentando todas as articulações de pré paredão.

Como uma verdadeira passista da lábia, Elis conseguia fazer uma inception na cabeça de seus adversários, sem perder o rebolado de porta bandeira.

A 007 do BBB escolhia um alvo e plantava a discórdia na cabeça do povo, fazendo toda casa votar no desinfeliz que ela havia jogado na cruz.

Como uma verdadeira agente secreta, Elis plantava a bomba e saia de perto, deixando toda casa pegar fogo.

O inesquecível sétimo voto em Mayara, não foi de Elis. Mas foi todo planejado por essa danadinha do caos.

Dona Elis acendeu a fogueira, entregou uma tocha na mão de cada participante, botou Mayara na roda, e no climax da brincadeira, ela votou em outra pessoa.

Enquanto todos se matavam, a 007 saiu toda sorridente, jogando a serpentina pro alto, curtindo o baile como se não houvesse amanhã.

Elis foi a Rosa Magalhães do BBB.

Escrevendo todo samba enredo, e distribuindo as fantasias, enquanto o resto do povo só se preocupava com a harmonia da alas.

Essa louca foi a Mestre de Bateria da edição.

Era Elis quem batucava, enquanto o elenco preguiçoso esperava a paradinha.

Num BBB tão pobre de enredo, são participantes como ela que tiram a casa do marasmo e botam todo mundo pra sambar.

Mas não adianta atravessar o samba. Em 17 edições, o público já mostrou que não curte esse tipo de jogadora, e no final, joga bem quem faz casal.

Basta seguir a coreografia mais ensaiada possível da comissão de frente, que um casal ganha nota 10 do júri.

E agora, José?

A festa acabou. A luz apagou. O povo sumiu.

Todo carnaval tem seu fim. E depois de incendiar a avenida, nada mais simbólico do que Elis ser eliminada numa Quarta Feira de cinzas.

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