Retrô BBB10 – Maktub

O BBB10 pra muitos é a maior edição de todos os tempos.

Participantes icônicos, dinâmica de jogo encaixada e uma temática que atraiu vários tipos de público pra frente da TV.

Todo BBB tem uma temática pré estabelecida pela produção visando dividir a casa.

Labo A x Lado B, Pobrinhos X Rycos, Selva x Praia, Veteranos X Novatos.

A ideia é juntar um grupo de participantes com alguma afinidade que entre em choque com um segundo grupo de participantes, também com afinidades entre si.

No BBB10 isso foi levado ao extremo, dividindo os participantes em grupos: Cabeças, Ligados, Belos, Sarados e Coloridos.

Com um veterano apadrinhando cada grupo

Tenho por mim, uma teoria que Dourado foi escolhido a dedo pra entrar nesse BBB, pra fazer o contraponto aos coloridos.

Dourado era o padrinho do grupo dos Sarados, que em tese, eram os favoritos a vencer a prova de resistência que classificaria os veteranos.

E mesmo os Sarados não vencendo (e não venceram mesmo), caso uma das madrinhas vencesse, deveria escolher entre Dourado ou Rafael Valente pra entrar junto da madrinha vencedora.

Eram 3 madrinhas e apenas 2 padrinhos.

Isso, sem levar em conta que Rafael saiu popular de seu BBB e Dourado foi vilão em sua edição. Seria normal que as meninas não quisessem o Rafael como concorrente.

Ou seja, matematicamente, Dourado tinha uns 80% de chances de entrar no programa.

Maktub.

Num BBB com proposta liberal, Dourado foi escolhido pra ser o antagonista dos coloridos

Mas fato é que Dourado entrou e realmente fez o contraponto com o resto do elenco.

Diferente do BBB13, não tivemos um embate entre novatos x veteranos.

Joseane, a outra veterana, acabou eliminada logo na primeira semana. Com isso, o que aconteceu na prática, é que Dourado ficou sozinho desde sempre.

Eram novatos x Dourado.

E Dourado não é o tipo de personagem muito sociável. O que só agravava ainda mais o choque entre eles.

A Miss Joseane ganhou o primeiro anjo da edição e fez uma das jogadas mais burras da história: imunizar o outro veterano que entrou com ela.

Josi acabou eliminada e daí por diante criou-se um jogo de gato e rato com todo mundo querendo pegar o Dourado.

Imunizado na primeira semana, líder na segunda semana, Marcelo Dourado foi ganhando o tempo que precisava pra cativar algum público que o protegesse.

Mas isso só aconteceu, após o choro do machão nos braços de Lia.

O padrinho acabou adotado. E a novata Lia foi quem virou a madrinha do veterano.

Lia se tornou a cabeça dos Sarados, e uma das maiores jogadoras de todas as edições.

Com um poder de persuasão e argumentação impressionante, Lia elegia um alvo por semana, transformando seu desafeto em pior pessoa do mundo, queimando o bucha da vez, pra todos dentro e fora do BBB.

E uma semana pós a outra, esse alvo da Lia terminava de malas prontas voltando pra casa.

Lia ganhava os duelos só no olhar. A medusa do BBB transformava em pedra, todos que olhassem no seu olho.

Em 16 edições de Big Brother, poucas vezes eu vi um poder de liderança tão grande num participante.

Lia realmente controlava toda a situação.

Apesar de ser a Lia quem mexesse as “pecinhas de madeira” no tabuleiro, o jogo girou praticamente todo em torno de Dourado.

Morango, Anamara, Elieser, Dicesar. Cada semana alguém ocupava o posto de antagonista do Dourado. Mas todos terminavam eliminados.

Desde que ganhou o poder supremo numa votação do público de casa, Dourado jamais perdeu o posto de favorito da edição.

Acredito que o que acabou acontecendo, do lado de cá do sofá, é que um público masculino menos habituado a assistir BBB, parou pra acompanhar essa edição.

Talvez por conta desse embate entre o macho Dourado antagonizando seus rivais coloridos.

Lembro de uma visita do Ronaldo Fenômeno no BBB10, e ele se declarava fã do Dourado.

Assim como muitos outros jogadores de futebol, que nunca haviam assistindo um BBB na vida.

Duas outras participantes deixaram seu nome marcado na memória:

Anamara, a policial barraqueira que queria enquadrar todo mundo. E Tessália, pra mim, a maior lenda urbana do Twitter

Maroca, com seu jeito explosiva e espontânea, alternava momento divertidos com outros de dar um chute no nosso saco de tanta chatice.

Dona de uma voz estridente com decibéis jamais alcançados por um ser humano comum, a gralha do BBB10 gritava por todos os lados da casa:

“O Eliésiu é um idióóóóta!”

Sem nenhum controle emocional, Anamara brigava, gritava, chorava, rebolava, bebia e mesmo pra quem não gosta dela, não se pode acusar a baiana de máscaras ou falta de entrega.

Acredito que Maroca foi o furacão que ela já seja aqui fora. Uma pessoa de difícil convivência e sem nenhum controle emocional.

Já Tessália, eu nunca entendi porque é tão cult até hoje.

Nas 3 semanas que ficou no BBB, ela pouco fez além de chupar sorvete e falar mal dos outros participantes junto com Michel.

Ela até fazia uma boa leitura de jogo dos seus rivais, ao descrever o teatrinho de cada um. Porém, ela ficou sentada sem fazer nada sobre isso.

Tess foi a segunda pessoa mais votada no primeiro paredão, foi emparedada na segunda votação (acabou salva pelo Big Fone) e eliminada no terceiro.

Juro que não entendo o que tem de grande jogadora numa participação dessas.

Tivemos ainda:

• Elieser e seu supino
• Fernanda e seu Caps Lock
• Fernanda recendo um “ah ta” do namorado.
• Lia e sua “bundinha maluca”
• Lia fazendo xixi na prova de resistência.
• Lia x Elenita
• Kadu chegando na final sem levar nenhum voto.
• Bial esculachando Eliéser no paredão da Cacau
• Esfrega esfrega esfrega o esponjão
• Verdade ou consequência sobre sexo.
• Serginho Peter Pan
• E Cacau fazendo casal com Elieser, mas todo mundo torcendo pra ela ficar com a Morango.

Foi um BBB rico de elenco e de enredos.

A edição acertou nos twists e nos VTs. Como não lembrar de “Douradon” e “Maroquita” algemados na “Algemas da Paixão”?

Dourado acabou se sagrando campeão e em recompensa ao seu anjo da primeira semana, deu um carro pra Joseane.

Outra coisa que pouca gente sabe, é que Dourado, no auge da popularidade do pós BBB, recusou um convite remunerado pra entrevista na Playboy, e fez questão de fazer uma matéria exclusiva, na edição da Sexy em que sua anja Joseane foi a capa.

Dourado foi escolhido pra ser antagonista dos coloridos, mas acabou se tornando o anti-herói de uma das edições mais icônicas do BBB.

Maktub. Estava escrito.

O BBB10 estará pra sempre no Hall das edições “douradas” do BBB.