Drão

Grão,

O amor da gente é como um grão. Uma semente de ilusão.

Tem que morrer pra germinar. Plantar em algum lugar e ressuscitar do chão.

Gabi não era uma Flor. Ela era apenas um grão escondidinho de baixo da terra.

Um grãozinho antissocial, camuflado na natureza.

Gabi não desabrochou. Não apresentou o doce dos seus frutos. Não criou raízes que a deixassem forte.

Num jogo de sociabilidade, Gabriela pecou por não interagir. Se manteve separada do resto da flora.

Não sei se ela tem um jeito mais reservada, ou seu coração não se sentiu à vontade com seus novos companheiros de jardim.

Fato é que Flor se separou do resto do grupo e deu motivos pra ser votada.

Grão,

Não pense na separação. Não despedace o coração.

O verdadeiro amor é vão.

Grão,

Os meninos não eram sãos. Os pecados não eram seus.

Por isso mesmo que há de haver mais compaixão.

Por mais antipática que Gabi tenha sido, nada justifica as palavras e atitudes desferidas pela Tipolândia.

Em menos de 24 horas de convivência, o quarteto já havia passado de todos os limites do bom senso. Se flor foi mal educada, os quatro mostraram apenas o que havia de pior em seus frutos.

BBB não é colônia de férias. É uma competição. E entendo que ninguém precisava estender a mão pra plantinha isolada.

Mas ali, eles não mostraram desconforto com a antipatia de Flor. Ali, germinaram pura maldade escorrendo por suas raízes.

Não houve perseguição. Houve babaquice mesmo.

Fato é que Gabriela pouco mostrou antes que chegasse a primavera. Achei justos os votos e eliminação do pequeno grãozinho baiano.

Mas apesar de planta, eu gostava dela.

Gabi não servia pro BBB, mas agora tem tempo de sobra pra florescer no mundo real.

Flor morreu pro jogo, mas viverá sempre no coração de quem torceu por ela.

Afinal, quem poderá fazer aquele amor morrer?

Se o amor é como um grão:

Morre e nasce trigo. Vive e morre pão.